quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Segui o teu conselho e também respondi ao questionário…espero que gostes;)

O que te choca?
Falsidade e mentira.

O que te arrepia?
Sensações de nostalgia negativas ou medos.

O que te excita?
A primeira troca de olhares, a segunda….e o que se segue a seguir;)

O que te solta?
Dançar, adoro.

O que te faz rir?
A felicidade de estar com as pessoas de quem gosto. O convívio com os amigos, a partilha de estórias engraçadas de cada um.

O que te faz chorar?
Sem dúvida o desprezo, a indiferença e a diferença.

O que te faz falta para seres feliz?
Nesta fase, a única coisa que me faltava mesmo era conseguir encontrar trabalho na área em que me formei.

O que te traz tristeza?
A discórdia e a falta de compreensão entre as pessoas.

O que te magoa?
A maldade de pessoas para pessoas e mesmo para outros seres.

O que desejas?
Que me saia o euromilhões.

O que receias?
Não conseguir ultrapassar os obstáculos que se têm atravessado ultimamente na minha vida.

O que não queres perder?
Todas as pessoas que me são especiais.

O que queres alcançar?
Epah, tanta coisa. Adorava poder trabalhar fora de Portugal, ganhar experiência de outras culturas de outros costumes. Conseguir alcançar o meu trabalho de sonho.

Uma data que abominas?
Boa pergunta, mas de momento não tenho nenhuma data que me traga um mau pensamento ou uma má lembrança.

Uma festividade que adoras?
Quando era criança, sem dúvida que era o Natal (prendas;)). Nestes dias direi mesmo mais, sem dúvida a Passagem de Ano.

Uma qualidade que aprecias nas pessoas?
A bondade, tão rara nos dias de hoje. A tolerância e a boa vontade para com os outros.

Uma característica que abominas?
Inveja, Ciúmes e Duas Caras.

Uma nostalgia?
As férias em Benidorm nos tempos da minha adolescência.

Memórias - Fim

Passado um tempo uma colega minha fez anos e convidou-a, já andava melhor e soube que ia ser operada ao olho que estava cego para verem se dava para recuperar e mesmo que não desse iam “endireitar” o olho, pois este estava ligeiramente virado para o lado esquerdo. Esta foi a última vez que vi a Raquel, terminei o curso em 2008 e hoje, Agosto de 2009 nunca mais soube dela. Será que esta melhor? Eu acredito que sim, ainda assim confesso que gostava de saber se ela vingou na vida de estudante e mesmo na vida profissional. Quem sabe, um dia ainda a vá ver… Pensava eu que a Raquel seria a única pessoa que iria conhecer que perdesse a memória, infelizmente enganei-me.
Não sei o que é pior, acho que nem se pode comparar. O meu avô completou dia 24 de Agosto 75 anos. Já o ano passado tínhamos dado conta que se passava algo de errado com ele. Facilmente se esquecia das coisas que lhe diziam, por vezes passavam 5 minutos apenas e ele voltava a perguntar o que tinha perguntado nos 5 minutos anteriores e, assim sucessivamente. Também esquecia-se de onde guardava as coisas em casa e mesmo quando a minha avó lhe pedia para arrumar alguma coisa na sala por exemplo, ele chegava à sala e não sabia o que arrumar nem onde arrumar. Nesse ano foi ao médico e o médico afirmou que ele estava a sofrer a mesma doença da mãe, Alzheimer. Uma doença degenerativa que vai matando as células do cérebro e que não tem cura. Posso hoje dizer que é algo que não é bonito de se ver. Sobretudo com o passar dos anos, pois vai-se agravando e não há nada a fazer. Como é que é possível nós nos esquecermos de como é que se arruma a roupa ou onde a arrumamos. O que é que eu posso fazer? A minha bisavó (mãe do meu avô) chegou ao ponto em que teve de ser internada num lar e, não se lembrava sequer do meu avô, o próprio filho. E o pior é que o meu avô tem noção de que se passa algo de errado com ele. Antes eu pensava que isso era pior, mas a realidade é que vemos que ele se apercebe de tal forma que vai perguntando porquê, o que se está a passar. Infelizmente nós é que vamos assistindo á situação e além da medicação que foi receitada não há mais nada a fazer. É como estar a ver um drama no teatro, não conseguimos passar da plateia para o palco, nós bem gritamos e gesticulamos mas o actor principal não vê e não ouve. Nós somos espectadores e nada podemos fazer para ajudar o meu avô, não lhe podemos “doar” células, não existe medicação que melhore este processo, só existe para estagnar por um tempo a doença, mas ela é mais forte e vai avançando.
Agora pergunto-vos, porquê?

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Memórias - Continuação

Passados uns meses voltámos lá, já apresentava grandes melhoras, não conseguia falar correctamente pois parte da língua também ficou afectada e ela estava a ter aulas no próprio hospital para voltar aprender a falar. Lembrava-se de nós mas como os colegas do secundário e não como os colegas da faculdade. Naquela altura eu conheci uma outra Raquel. Já não era a mesma que tínhamos conhecido. Uma rapariga cheia de vida, muito alegre e simpática. Foi substituída por outra pessoa, com outras lembranças que não aquelas que tinha vivido connosco. Logo era diferente, era ainda aquela menina do 10º ano. Passados novamente uns tantos meses soube que ela tinha passado para o Hospital de Alcoitão para ser seguida diariamente e fazer testes para poder voltar pelo menos a ter maior mobilidade e voltar a “lembrar-se” dos anos de escolaridade para que a parte do cérebro que tinha sido afectada conseguisse voltar a “funcionar” normalmente. Fui então visitá-la a casa. Felizmente a Raquel teve um apoio da mãe incondicional, pois esta vivia em Macau com o marido e onde viveu a Raquel até completar o 12ºano. Esta logo que soube do acidente veio logo para Portugal e acabou com o tempo por deixar o próprio trabalho para poder tomar conta da Raquel.
Condições não faltaram o que com o passar do tempo veio a demonstrar que a Raquel melhorava cada vez mais e que tinha força para lutar, para conseguir voltar a ser como era. Já conseguia falar melhor e andar apoiada. Soube que ia ser submetida a uma operação ao pé para que este deixasse de estar atrofiado, iria ajudar a Raquel a fazer a fisioterapia melhor para que conseguisse futuramente andar sozinha. Como já estávamos no fim da primavera a mãe da Raquel convidou-me e também a outros colegas da turma para irmos aos anos da Raquel no dia 31. E assim foi, voltei lá para lhe dar os parabéns. Com isto tudo passou um ano, já estava no segundo ano da faculdade enquanto a Raquel ainda estava a lutar para se conseguir mover sozinha, algo que nós já tinha-mos de nascença e de repente lhe foi retirado. Nesta altura a Raquel já tinha perfeita noção de que estava assim por ter sido atropelada. Já dizia que também queria ir para tribunal mostrar ao homem que a atropelou em que estado a deixou. A mãe ainda que revoltada não queria que a filha fosse assistir em tribunal o desenrolar dos acontecimentos. Pois não queria que ela se fixa-se na amargura e tristeza que era tão demonstrada em tribunal.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Memórias

A vida é feita de lembranças e recordações passadas e presentes. Uma vida de lembranças é a história de cada um de nós. Pois o tempo é que a faz crescer, aumentar aos poucos e poucos e é o que faz de nós quem somos e o que somos. O que faríamos nós sem tal recordação? Quase como se perdêssemos a memória.
É algo que nos muda para sempre e por vezes muda-nos para sempre. Muda o que somos, como somos e por vezes pessoas que fizeram parte desses momentos são esquecidas para sempre ou esquecidas no contexto em que se tinham conhecido mutuamente. Eu nunca me tinha deparado com tal situação até uma colega minha da faculdade precedendo ao ano 2005 ter-lhe acontecido isso. Infelizmente esta minha colega foi atropelada em plena passadeira quando já ia a meio da mesma porque uma carrinha decidiu ultrapassar o carro que lhe tinha dado passagem. Dias depois de termos andado a tentar entrar em contacto com ela finalmente conseguimos contactar a mãe, que nos informou de tudo. Ela estava internada nos cuidados intensivos do Hospital Francisco Xavier. Não pensamos duas vezes e fomos todos ver como ela estava. Não a pudemos ver mas percebemos que era algo de muito grave. Passadas umas semanas ela foi para o Hospital Egas Moniz, já tinha acordado e, mais uma vez fomos ao seu encontro. Não sei bem como exprimir por palavras o que vi, mas vou tentar.
Esta minha colega já não era a pessoa que eu tinha conhecido. Soube que ela tinha sido projectada 40 metros á frente da carrinha com o embate e que tinha batido com a cabeça do lado direito. Vi naquela cama de hospital um bebé. Uma criança que não conseguia mexer a parte esquerda do corpo e que provavelmente iria ficar cega desse mesmo olho. A sensação que tive na altura foi de revolta e de incredibilidade. Como é que este acidente tinha acontecido? Como era possível? Ela foi atropelada 2 dias antes de completar os 18 anos (31 de Novembro). Viemos embora e uma outra colega minha teve mesmo de sair do quarto porque não conseguiu encarar a Raquel naquela situação.